sexta-feira, 11 de julho de 2008

"o passado é um país estrangeiro" L.P. Hartley


"lembras-te de mim?"
em regra lembro-me mal porque qualquer coisa em todo o meu corpo se recusa a aceitar a injustiça da vida, o exercício saudoso de épocas que deixaram de ser, a recapitulação melancólica da memória.
quantos anos tenho? dá-me ideia que poucos, acabei de nascer.
nunca perguntei a ninguém
"lembras-te de mim?"
porque sou outro sempre. lembrarem-se de quê?
nunca coleccionei nada a não ser coisas impossíveis, passei os dias a procurar maçanetas em paredes sem porta.

o segredo é partir para isto sem ideias, sem planos.
deixar vir.

---A.L.A.---

sinto-me livre.
estupidamente livre.

não me cerquem de defuntos.

3 comentários:

violeta13 disse...

que bonito, L(ponto)

é possível à nossa volta vermos as paisagens que quisermos e sermos livres lá dentro, estupidamente.

Anónimo disse...

Vivam as pessoas do presente ambiente imediato! (caloroso aplauso)

E as que vivem em mim. As que não vivem já, senão em mim!

Anónimo disse...

Passei um ano a abrir portas
A cheirar as flores mortas….

A terra mostrou-me um caminho traçado a giz
Onde se lembram do que disse e do que fiz
Onde não faz sentido ter medo…

Já não sou o cão do mendigo
Mesmo com erros tudo…tudo funcionou..

e…quando partirem não vou…
não vou ficar triste....

fragmentos do passado...